
Nessa sexta-feira (14), o advogado de Paulo Ivan Baptista Landfeldt, acusado de ser o mentor do desaparecimento - e subsequente assassinato - da contadora Sandra Mara Lovis Trentin, renunciou a defesa do mesmo.
Segundo informações, o advogado João Batista Taborda pediu a renuncia durante a sexta-feira, tendo ainda responsabilidade sobre o processo até o dia 24 de fevereiro, tendo o acusado, nomear outro procurador nos próximos dias. Os motivos da renuncia não foram divulgados.
Juiz do caso fará reunião nessa segunda-feira
Segundo declaração do juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões, Gustavo Bruschi, a renuncia pegou-os de surpresa, sendo necessário, nos próximos dias, a nomeação de outro defensor pela parte ré. Durante a tarde dessa segunda-feira (17), o magistrado fará uma reunião com o antigo advogado para entender os motivos da renuncia e saber se alguém já foi indicado para assumir a posição.
Segundo Bruschi, caso não haja um novo advogado nomeado pela parte ré nesse momento, o julgamento, que está marcado para o dia 27 de fevereiro, deverá ser remarcado. "A ordem legal, por assim dizer, é ele ser intimado para constituir novo advogado, que certamente vai querer um tempo maior para estudar o processo. Mas hoje, durante a tarde, vamos tentar descobrir um pouco mais sobre esse fato e se já tem alguém que tenha sido contatado para fazer a defesa ou não", declarou o magistrado.
Relembre o caso
Prestes a completar sete anos depois de seu desaparecimento, no dia 30 de janeiro de 2018, foi marcado para 27 de fevereiro, às 9 horas, no salão do Juri de Palmeira das Missões, o julgamento dos acusados pela morte e ocultação do cadáver da contadora de Boa Vista das Missões, Sandra Mara Lovis Trentin.
Vão a júri ex-vereador e marido de Sandra, da Paulo Ivan Baptista Landfeldt, acusado como mandante do crime, e Ismael Bonetto, apontado como executor. Os dois estão presos e negam envolvimento no homicídio.
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), o então vereador de Boa Vista das Missões teria contratado Bonetto e outros executores — não identificados pela investigação — para assassinar a vítima. O crime teria sido planejado por Landfeldt, conforme a acusação, para se livrar da esposa, em razão de problemas no relacionamento e de um caso extraconjugal.
De acordo com o MP, o réu não queria precisar dividir o patrimônio do casal, numa eventual separação. Além disso, a acusação sustenta que Sandra tinha conhecimento do envolvimento do marido em atos ilícitos, irregularidade e improbidade administrativa, em Boa Vista das Missões, e poderia levar isso ao conhecimento das autoridades.
O político teria prometido o pagamento de R$ 40 mil para Bonetto, pelo assassinato e sumiço da mulher. Segundo a denúncia do MP, em razão disso, Bonetto e os demais executores renderam Sandra, com armas de fogo, levaram a vítima até local ermo, onde ela foi assassinada. Inicialmente, o corpo teria sido escondido em matagais no interior do município de Vicente Dutra.
Depois disso, conforme narrado na denúncia, após a prisão de Bonetto pela Polícia Civil, temendo o risco de ser delatado, o marido teria removido o corpo de Sandra, com auxílio de outras pessoas, não identificadas, até uma cova rasa, às margens da BR-285. No mesmo local, foi deixada uma sacola, contendo cartões bancários, documentos e pertences da vítima.
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