Polícia Cívil terá troca em departamento após queixas de demora em atendimento de ocorrência de violência contra a mulher
Delegado Christian Nedel será substituído pela delegada Tatiana Bastos no setor encarregado de proteger grupos vulneráveis
Publicado em 02/05/2025 às 05:40
Atualizado em 02/05/2025 às 05:42
Capa Polícia Cívil terá troca em departamento após queixas de demora em atendimento de ocorrência de violência contra a mulher

Foto de Renan Mattos / Agencia RBS / Repodução

Está de saída do cargo o delegado Christian Nedel, diretor do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil. Essa repartição é que chefia as 23 delegacias de atendimento a mulheres no Rio Grande do Sul e as 90 salas criadas com essa finalidade em delegacias multifuncionais.

Nedel seguirá diretor da Polícia Civil, mas agora no Departamento de Administração Policial (DAP), que cuida de questões funcionais internas. A substituta dele como nova diretora do DPGV é a delegada Tatiana Bastos. As mudanças devem ser anunciadas oficialmente na segunda-feira.

A troca acontece após série de reportagens de Adriana Irion, do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que mostrou escassez de efetivo nas delegacias especializadas em Atendimento à Mulher em Porto Alegre, subordinadas ao DPGV. Vítimas chegam a esperar mais de oito horas para registrar ocorrência, sobretudo à noite. Algumas até desistem. 

O problema vem ocorrendo há um ano. Foi aberta uma investigação interna, prometidas mudanças, mas o efetivo continuou escasso para tanta demanda. Em três meses, 307 vítimas relataram ter desistido de registrar ocorrência por enfrentarem demora no atendimento.

Os feminicídios, embora com número em queda, são a maior preocupação das autoridades da segurança pública no Rio Grande do Sul, na atualidade. Só nos quatro dias da Semana Santa, em abril, 12 mulheres foram assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros.

Para amenizar a situação, na semana passada a Polícia Civil anunciou a possibilidade de que as mulheres peçam medidas protetivas pela internet. Isso deve acelerar os procedimentos para evitar agressões e assassinatos. A medida protetiva online está disponível dentro do portal Delegacia de Polícia Online da Mulher RS.

Fonte: Humberto Trezzi / GZH

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